Para criança gostar de legumes e verduras!
- tidanielaguiar
- 29 de jul. de 2016
- 4 min de leitura

É essencial que, após os seis meses de amamentação exclusiva, alimentos sejam introduzidos na dieta da criança pequena. Se esses alimentos forem legumes e verduras – além das frutas – meio caminho andado para que a criança passe a gostar de pratos à base dessas opções.
Uma pesquisa feita por universidades de três países (Reino Unido, Portugal e Grécia) concluiu que oferecer ao bebê verduras e legumes nos primeiros quinze dias de dieta mais sólida (após os seis meses de vida) pode favorecer o gosto da criança por esses alimentos.
Segundo o estudo, crianças mais velhas e adultos demoram catorze vezes mais para aderir a essas opções – isto quando as aceitam.
Também perceberam que não é preciso camuflar o sabor dos legumes e verduras para que pareça mais “docinho”, prática comum em alguns países da Europa.
Outra constatação: nessa primeira quinzena, é preciso oferecer esses alimentos mais de uma vez, mesmo que a criança recuse-os de imediato. Dar cenoura e batata sempre, sem mostrar outras opções, não é recomendável – nem suficientemente saudável.
Como você, profissional da Primeira Infância, pode ajudar os pais nessa etapa do desenvolvimento da criança, para que ela tenha uma alimentação mais adequada?
*Criando espaços de conversa para mostrar a importância de uma alimentação transitória (do leite materno para refeições sólidas) que contemple verduras e legumes variados. *Disponibilizando receitas que inspirem os pais (aqui você encontra algumas opções para compartilhar com eles). *Dizendo aos pais o que não faz bem para a saúde do bebê (suco em caixinha, papinha industrializada, pães tipo bisnaguinha e francês, cereais matinais, suco de soja, iogurtes industrializados, dentre outros).
Envolver seu filho na compra e preparo dos alimentos pode fazer com que ele passe a gostar de vegetais antes rejeitados. Até por volta dos dois anos de idade as crianças não costumam oferecer resistência aos alimentos. Muitas estão até habituadas ao consumo de batatas, cenouras e espinafre, mas em forma de sopa ou papinha. Quando é hora de apresentar estes alimentos em sua forma natural, a criança estranha - e rejeita. Outro fator que agrava a equação é o contato do pequeno com alimentos industrializados. "Os problemas aparecem depois. Principalmente com a introdução de açúcar e frituras, que têm um sabor bem mais acentuado que as verduras, e bem mais doce que as frutas", diz o pediatra Sergio Spalter, autor do blog "Cozinhando com o Dr. Spalter" , sobre alimentação e nutrição infantil. Aí é que entra a responsabilidade dos adultos. Em primeiro lugar, o papel dos pais é controlar o que entra em casa. Se pães integrais e produtos de hortifruti frescos estão sempre à mesa, as crianças terão menos chances de consumir balas e salgadinhos. Além disso, existe o puro e simples - mas não menos eficaz - bom exemplo. "Os pais são o grande exemplo dos filhos. Quando a criança senta-se à mesa e vê seus pais se alimentando de forma adequada, com frutas, verduras e legumes, isso a encoraja a consumir estes alimentos", afirma Daniela Murakami, nutricionista da Nutrir e Brincar, consultoria especializada em nutrição infantil.
Dificuldades e dicas
Nem sempre, no entanto, controlar o que entra na sua casa e alimentar-se de forma saudável bastam para fazer com que os pequenos comam todo o prato de escarola - e ainda peçam uma maçã de sobremesa. Existem abordagens práticas que ajudam os pais a educarem suas crianças para uma alimentação balanceada.
O pediatra Sergio comenta, por exemplo, uma feliz coincidência: por volta dos 2 anos a criança passa a estranhar alguns alimentos, essa também é a fase em que começa a exercitar a fantasia. Então, por que não fazer da hora da comida um momento de imaginação? Conte histórias e faça jogos para estimulá-los a comer. Uma simples receita de macarrão com legumes pode virar uma poção mágica e as crianças podem se divertir (e comer melhor) se forem desafiadas a adivinhar o conteúdo de cada colherada.Deixe a criança brincar com os alimentos e convide-a a participar da feira semanal e do preparo dos pratos. Ver que a cenoura é cor de laranja, sentir a textura de sua casca, comprá-la e observar a preparação dela pode despertar o interesse pela até então desconhecida e rejeitada raiz. Variar nos cortes, na preparação e na apresentação também pode ajudar. Se a criança não come brócolis refogado, tente fazer bolinho de brócolis ou colocar a verdura no arroz. Muitas crianças podem rejeitar cenoura cortada em rodelas, mas gostar de comê-las em palitinhos. E um prato com uma carinha desenhada com os alimentos é bem mais atraente do que a disposição simples da comida.
O que não fazer
Perdidas entre tantas orientações e sugestões do que fazer, as mães costumam se esquecer do que não fazer . "Nunca castigue seu filho caso ele rejeite determinado alimento. Isso fará com que a criança tenha uma experiência negativa por aquele alimento, associando-o a uma coisa ruim", alerta Daniela.Também não perca tempo forçando a criança a aceitar couve de bruxelas, especialmente se ela já come chuchu, espinafre e batata doce. Seu filho não é obrigado a gostar de todas as verduras e legumes existentes na face da Terra. "Os pais devem sempre oferecer frutas, legumes e verduras, mesmo que a criança recuse no primeiro momento, pois o paladar muda com o tempo", acrescenta ela.
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