Correr e pular: tudo a ver com a alfabetização!

Parece que uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas, segundo especialista espanhol, no brincar o desenvolvimento psicomotor flui e prepara a criança para a alfabetização. Vale a leitura deste post, especialmente por você, profissional da educação infantil.

Juan Antonio Garcia Núñez é um psicomotricista espanhol, especializado em problemas de aprendizagem, que esteve recentemente no Brasil para falar do tema. Vale lembrar que a psicomotricidade é a Ciência que estuda o desenvolvimento do ser humano com base nos aspectos cognitivos, emocionais e motores.

Juan – e vários especialistas da área – defende que, antes da fase da alfabetização, é essencial a criança desenvolver sua capacidade motora para que tenha uma melhor adesão à escrita e leitura.

Esse desenvolvimento pode ser potencializado por meio de atividades adequadamente realizadas pela criança, como pular e correr, ações que o especialista considera essenciais na educação infantil. Para ele, primeiro vem a ação e depois o pensamento, o entendimento de algum conceito.

Nos primeiros anos de vida, o corpo é o veículo usado pelo ato motor para desenvolver sua própria linguagem. Por meio do corpo a criança integra as informações que recebe. Depois disso, ela será capaz de construir a linguagem, ou seja, o suporte para a alfabetização.

Juan acredita que ignorar essa etapa do desenvolvimento pode acarretar problemas futuramente. Da mesma forma que apressar o aprendizado da escrita e leitura, sem pensar no desenvolvimento psicomotor, tende a trazer danos à criança, como disgrafias e dislexias.

Segundo Juan, a psicomotricidade vai além. Ela pode ajudar a criança a compreender melhor o próprio corpo, desenvolver a atenção, a percepção de espaço e a comunicação. “Para crianças de zero a seis anos os fatores emocionais também são importantes. Nestes casos, a psicomotricidade vai atuar nessa área emocional para abrir vias que facilitem a comunicação. Não só a comunicação com o adulto, mas com o outro também, já que toda essa questão do ‘ser’ e do ‘eu’ ela constrói com o outro”, explica.

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