Dicas para criar um filho responsável
- tidanielaguiar
- 7 de abr. de 2016
- 3 min de leitura

O quarto do seu filho é uma bagunça sem fim? Ele vive perdendo os materiais escolares ou quebrando seus brinquedos? Não ajuda em nada em casa, nem mesmo a colocar a mesa para o jantar? Se você respondeu "sim" a essas perguntas, então está na hora de refletir sobre a importância de ensinar seu filho a ter responsabilidades. Essa é uma tarefa que compete principalmente aos pais - não deve ser delegada exclusivamente à escola - e que começa bem cedo.
"Por volta dos 2 anos, a criança já começa a ter compreensão suficiente para aprender a cuidar daquilo que é seu. Quando ela termina de brincar, por exemplo, os pais podem ensiná-la aos poucos a guardar seus brinquedos", diz Maria Rocha, coordenadora pedagógica do Colégio Ápice, de São Paulo. Veja a seguir as dicas dos especialistas para que seu filho cresça responsável.
*Seja o modelo: Dar responsabilidades para as crianças desde cedo é essencial. Faz parte da educação de valores e de disciplina para a vida. "As crianças começam imitando os pais nas suas próprias atitudes e formas de cuidar, arrumar, organizar, limpar, cuidar. Por isso é tão essencial o fazer dos pais, antes de dar essas responsabilidades, pois a criança naturalmente irá imitá-los. De início, no seu faz de conta e, depois, na vida real", afirma Adriana.
Os cuidados com a casa devem ser responsabilidade de todos da família, mesmo quando essa família conta com a ajuda de uma empregada doméstica. "Cada um na casa deve ter suas tarefas, não pode ficar tudo sob a responsabilidade da mãe ou da empregada”. Se a criança cresce vendo o que o pai não precisa fazer nada no lar, vai questionar por que ela precisa participar. Da mesma forma, meninos e meninas devem ter as mesmas responsabilidades. Já se foi o tempo em que esta ou aquela tarefa era determinada como "trabalho de mulher".
Desde bem pequenas, as crianças devem aprender a cuidar de si mesmas e de suas coisas. Depois de brincar, os pais devem orientar os filhos a guardar e organizar seus brinquedos. No começo, devem fazer isso junto com eles e, depois, deixar que façam sozinhos. Mas é importante usar o discurso certo ao fazer a tarefa junto com o filho: "Não diga ‘me ajude a arrumar os seus brinquedos’, porque isso vai mostrar à criança que essa é uma responsabilidade da mãe ou do pai, quando na verdade é dela. O certo é dizer ‘vou ajudar você a guardar seus brinquedos para mostrar como se faz’", diz Maria Rocha, coordenadora pedagógica do Colégio Ápice, de São Paulo.
As responsabilidades das crianças não se resumem apenas às coisas que dizem respeito a elas mesmas, mas também aquilo que é de todos, que é coletivo. "O importante é mostrar que na família todos precisam colaborar e revezar as responsabilidades", afirma Adriana Friedmann, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento (NEPSID). Portanto, não basta ter seu quarto ou brinquedos arrumados. As crianças também devem participar das tarefas domésticas, como tirar e por a mesa para as refeições, varrer o chão, tirar o lixo, etc.
Assim como os pais não devem fazer a lição de casa dos filhos, mas ajudá-los em suas dúvidas, não devem também fazer as tarefas domésticas das crianças quando elas se esquecem ou se recusam a fazê-las. "Fazer a lição de casa ou as tarefas pelo filho só prejudica o processo de desenvolvimento e aprendizagem. Pode ser um caminho mais 'rápido' e, aparentemente fácil para os pais, mas no futuro terá consequências prejudiciais para a autonomia da criança", afirma Adriana Friedmann, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento (NEPSID).
Gritar e usar de violência definitivamente não são o caminho para conseguir que seu filho execute as tarefas domésticas e seja responsável. "O diálogo é fundamental tanto para os pais compreenderem porque a criança não realiza o que lhe é solicitado, quanto para a criança saber que sempre poderá ter um canal de conversa com os pais. Gritar ou usar qualquer outra forma de violência ou autoritarismo surtem o efeito contrário e podem tornar a criança revoltada, agressiva ou arredia à realização de quaisquer tarefas", diz Adriana Friedmann, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento (NEPSID). Para Maria Rocha, coordenadora pedagógica do Colégio Ápice, de São Paulo, quando as crianças são bem pequenas, os pais podem dar reforços positivos a cada tarefa executada: "Você pode combinar com a criança de pintar 5 carinhas felizes em uma folha de papel ou caderno quando ela guarda os brinquedos, por exemplo". Para as crianças mais velhas, segundo ela, vale estabelecer as consequências caso as tarefas não sejam cumpridas, como retirar um valor da mesada ou não deixá-las fazer algo de que gostam.
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